segunda-feira, dezembro 13, 2010

O vaso do meu avô

Recordações do meu avô, tenho-as aos montes, algumas são mesmo lembranças reais, outras são mais difusas, e acrescidas do que quer minha mãe quer minhas tias me iam contando...
De entre elas, lembro-me do Vaso do meu avô:
-Meu avô tinha um daqueles vasos tipo Jarrão salvo erro em porcelana de Vista Alegre, lembro-me vagamente das cores, dos tons de azul...
Ora, eu, criança andava em casa de minha avó a saltar e a correr de um lado para o outro e era alvo de repetidos avisos do tipo "Ah! Rapaz tem cuidado não vires o vaso do teu avô, olha que que é de estimação...", e eu indiferente a esses meros pormenores lá continuava na minha "faina"... mas tantas vezes vai o cântaro à fonte... que um dia nem foi a asa, uma escorregadela, e pimba o vaso sem saber bem como ficou em pedaços... Depois de uma valente reprimenda da minha tia, lá veio a teoria "escondem-se os cacos, pode ser que o avô não dê por falta..." e assim foi feito..
Quando meu avô chegou a casa, eu como era habitual saltei-lhe para o colo, e logo lhe disse: "sabes, eu pati o jazo do vôvõ..." lá se foi o segredo que era coisa que eu não tinha jeito nenhum para guardar...
E só me lembro disto, como se fosse ontem: Meu avô quis ir ver os restos, depois olhou para mim e disse: Não te preocupes, o vaso está ali todo só perdeu foi a forma!
Lembro-me muito desta frase... muitas vezes, quando a nossa vida parece toda partida e virada do avesso, não é caso para desesperar... não perdemos a vida, só mudou foi de forma!
Haja é coragem para mudar a forma voluntariamente e não esperar que tudo se parta e faça em cacos antes...


domingo, novembro 28, 2010

O gato amarelo....

Há um mês atrás, apareceu aqui em casa um gatinho amarelo, veio de fininho, a miar e logo foi decidido que há-de ficar aqui enquanto quiser e se sentir bem....
Ate lá, é da família, com tudo a que tem direito....
Incluindo o nome: Tobias, de sua graça
E foi a propósito do Tobias, que me lembrei de Fernando Pessoa:

Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama

Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes
Que tens instintos gerais
E só sentes o que sentes

És feliz porque és assim
Todo o nada que
és é teu
Eu vejo-me e estou sem mim
Conheço-me e não sou eu.

sábado, novembro 27, 2010

Começar de Novo

Já estive várias vezes para encerrar definitivamente este espaço.. Por uma razão ou por outra, vou sempre adiando, adiando e depois lá vem o esquecimento que a idade não perdoa...
Hoje foi mais um desses dias.. mas acabei por dar a conhecê-lo a alguém que eu prezo... e gosto muito... E o resultado, foi um espaço de cara lavada outra vez, e o desejo de ir para aqui "postando" algumas coisas minhas, desabafos e histórias que fazem parte de mim e da minha vida...
E é nesta altura, em que somos cercados pela crise e atacados por todos os lados, que me vem a vontade de continuar por aqui...

Sim, porque a culpa é da vontade!


Tiber