sexta-feira, julho 27, 2007

Tristeza(s)

Esta semana, a Assembleia Regional da Madeira, deu mais um daqueles tristes espectáculos a que já nos acostumou...
A casa que devia ser um exemplo de Liberdade e Tolerância, tornou-se outra vez num "antro" de insultos, ofensas, ameaças, que foram desde o PSD até ao PCP, e que acabam, principalmente com a regularidade em que se repetem, por dar um triste exemplo e contribuir para o descrédito que a política (e os políticos) cairam...
Nestas alturas, sinto-me envergonhado de ter ido votar, de ter contribuido para eleger algumas daquelas pessoas...
Estive muitos anos sem votar...Votava apenas para o Presidente da República, porque entendia que (ainda) era quem mais credibilidade trazia à Democracia e á própria política... Nas últimas eleições, (as eleições regionais antecipadas) resolvi ir votar, mais em protesto pelo facto de se estar a "colar" rótulos aos madeirenses do que por convicção, sempre me recusei a "fazer figura de carneirinho"...Mas, agora, depois desteas cenas deploráveis, não me revejo em nenhuma daquelas "alminhas" como diria meu avô...
O meu voto foi de protesto... Protesto contra o Governo Central por nos tratar como "Portugueses de segunda" por maioritariamente termos uma opção política diferente... Protesto contra o Governo Regional pela incapacidade manifesta de encontrar linhas que unam os madeirenses, e em vez disso priveligiar as fracturas tentando muitas vezes a teoria do "inimigo externo"...
Protesto ainda contra uma oposição regional que a única coisa que sabe fazer é "meter o rabo entre as pernas" quando as coisas aquecem, não percebendo que o único caminho é a seriedade e a honestidade mental, uma vez que para pior... já basta assim...

As palavras de Manuel Alegre, superiormente cantadas por Adriano e que eu ouvia à "socapa" em casa de meu avô, continuam actuais... O contexto pode ser bem diferente, mas o sentido e a sua força, permanecem na mesma:

....
E a noite cresce por dentro

dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.

Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.
Excerto da trova do Vento que passa (Manuel Alegre)


Valerá a pena votar em próximas eleições?
É que eu posso ter "cara de palhaço", vestir "roupa de palhaço", mas estou farto destas palhaçadas!

Tiber

terça-feira, julho 24, 2007

De volta...

Voltar a casa é sempre um descanso...
Depois de três semanas "andando por aí", voltar ao nosso cantinho, é sempre uma benção...
Até das "loucuras" da Niki já estava com saudades

Niki

Já tinha saudades de ao sair de casa de manhã, cumprimentar o vizinho, trocar duas palavras rápidas com o carteiro "Hoje não tenho nada para si... mas viu a caixa? Deve estar cheia, com tanto tempo fora..."! Sempre simpático e delicado o Sr. Jorge, carteiro desta zona há pelo menos 10 anos...

Já tinha saudades do cheiro a mar, do sabor a maresia, da humidade sufocante que "entra até aos ossos", de abrir a janela, e ver os barcos no porto do Funchal, de repousar a vista na baia, de ouvir ao longe o sino da igreja do Livramento, logo seguido do da igreja da Boa Nova, mesmo aqui ao lado...

A "minha " vista do Funchal

No fundo, são estes pequenos pormenores que "alegram" a nossa vida...

Apesar dos desvarios por vezes meio(? meio é favor...) tresloucados do Presidente do Governo Regional, das obras mal feitas e acabadas "à pressão", dos problemas financeiros, das dúvidas, das confusões, a Madeira continua a ser a minha "terra", o meu Porto de Abrigo, é aqui que tenho as minhas raízes, é aqui que eu pertenço, é aqui que eu me sinto bem; felizmente ainda não fui atraido pelo fascínio centralizador, nem pelo "canto da sereia" da antiga "Capital do Império"...

Tiber